quarta-feira, 29 de julho de 2020

O confronto P14

Um fandan negro
Tudo aconteceu muito rápido. Quase no mesmo momento que os fandans negros no lago apontaram as flechas para Bah e Syl, surgiu por trás delas Erik e mais dois amigos dele que eram soldados da guarda no palácio da rainha, e eles também estavam armados com as mesmas armas. As meninas ficaram duplamente assustadas com aquilo. Os guardas e Erik também apontaram as armas para os fandans negros e por um longo minuto eles ficaram se encarando, ninguém se mexia. O guarda central que Bah reconheceu como o capitão, se adiantou e disse:

- Nós vamos sair daqui com as garotas e vocês vão voltar para o lago de onde vieram.

Um dos fandans negros sorriu torto para ele e respondeu:

-Podemos fazer isso sim. Mas se mais alguém aparecer aqui na nossa caverna e neste recinto da árvore sagrada, não voltará para contar a história.

Ouvindo isso, Bah correu pra junto de Erik e Syl se posicionou atrás deles dois.O capitão trocou um olhar com Erik e disse:

-Muito bem, baixem suas armas e baixaremos as nossas.

Quando todos baixaram as armas o capitão voltou a falar:

-Vamos sair devagar, primeiro as garotas.

Bah começou a andar com Syl e Erik em direção a saída, mas não conseguia parar de olhar para os fandans negros, um deles em especial fazia o mesmo: olhava diretamente para ela, os olhos dele eram verdes claros e tão penetrantes que pareciam que enxergavam sua alma. Os cabelos e as roupas negras evidenciavam ainda mais a cor dos olhos.

Saíram do recinto do lago com os guardas logo atrás. Mesmo assim deu pra ouvir o mesmo barulho de antes: água em movimento e uma porta se fechando nas profundezas. Bah sentiu uma espécie de tristeza, como se tivesse perdido algo muito importante. Olhou para suas mãos: não tinha percebido, mas estavam tremendo muito.Fechou os olhos e começou a chorar.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Na caverna P13


No próximo fim de semana finalmente o tempo deu uma trégua e fez sol. Syl e Bah vestiram as roupas e sapatos de aventura, bem confortáveis mais resistentes, e se embrenharam na mata. Não falaram que iam explorar a caverna, apenas que iam andar pela floresta. Fah e Erik trocaram um olhar significativo, mas não disseram nada.

Um pouco antes do meio-dia chegaram a caverna. Syl convenceu Bah a explorar ao redor da entrada antes de entrar realmente. Bah achou que ela estava só querendo adiar o inevitável mas concordou. Não viram nenhuma outra entrada nem nada que chamasse a atenção por ali. Voltaram ao início e começaram a subir a encosta. Bah respirou fundo e entrou na caverna, Syl hesitou mas a seguiu.

Desta vez Bah não sentiu que estava sendo observada, apenas que ali dentro era mais frio que o exterior e muito silencioso. Após alguns minutos de caminhada começaram a descer e as passagens se tornaram mais estreitas. Bah e Syl tomaram todo cuidado pra marcar o caminho e não se perderem lá dentro.Começaram a ouvir um som característico de água corrente e após uma curva no caminho de pedras ladeado por um riacho...surgiu na frente delas um lindo lago azul iluminado pelo sol que entrava por uma abertura no teto da caverna. E no meio daquela beleza toda uma árvore florida cor de rosa. Era uma visão tão linda que por alguns minutos as fandans ficaram em muda contemplação.

Um barulho estranho surgiu inesperadamente como se uma porta tivesse sido aberta.E a água que antes parecia um espelho se agitou. Bah e Syl muito juntas se afastaram da beira do lago e se protegeram contra a parede da caverna. De dentro do lago surgiu o que pareceu 3 fandans negros, Bah e Syl que conheciam todos os fandans da ilha tiveram certeza que nunca tinham visto aqueles ali. Eles olharam pra elas com frieza e num piscar de olhos as meninas estavam na mira de 3 arcos com flechas apontadas diretamente para seus corações.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Fazendo planos P12


Bah e Syl se encontraram num sábado frio na cafeteria preferida delas no centro de Solemar. Bah estava tão entusiasmada com a história da tataravó no diário que só fez as compras básicas e deixou seus doces com a avó pra serem vendidos. Ela conseguiu deixar Syl tão entusiasmada quanto ela, com uma diferença: Syl nunca teve a coragem que Bah esbanjava desde sempre.
Combinaram de no outro dia irem a caverna, mas por puro azar, o domingo também amanheceu chuvoso,frio e com muita névoa. As duas ficaram tristes mas o jeito era esperar. 

No almoço a avó Fah sempre de olho na neta, acabou por perguntar o que estava acontecendo. Bah relutou mas acabou contando pra avó toda a história. Fah não ficou surpreendida, disse que já tinha ouvido falar do fandan negro da caverna, mas achava e a família toda também, que era invenção de Milka, pois ela sempre foi uma pessoa muito imaginativa e adorava inventar histórias. Isso foi um banho de água fria no entusiasmo da Bah.

Durante a semana ela teve uma idéia: foi na biblioteca central de Solemar pesquisar sobre a história dos fandans na ilha. Levando o aninho no carrinho,passou a tarde inteira lá. E com ajuda dos funcionários encontrou o que queria em um livro grosso e antigo. No livro estava registrado a data exata que os fandans chegaram na ilha de Solemar, quando eles se espalharam por toda a ilha enquanto era construída a cidade de Solemar. Um ano depois fizeram uma contagem dos fandans e perceberam que exatamente 52 deles tinham sumido! Procuraram várias vezes e nunca encontraram os sumidos.O mistério foi esquecido com o passar dos anos. Bah sentiu o coração disparar, alguma coisa lhe dizia que o fandan da caverna era um dos 52.