Uma boa notícia e mais uma constatação. P-204

Os quatro ocupantes do pequeno hospital instalado na casa da montanha se recuperavam devagar. Depois de 4 dias de tratamento já era visível uma melhora no estado geral de cada um deles. Mas ainda não tinham recuperado a consciência, possivelmente porque haviam passado muito tempo desacordados. Mas numa tarde fria, justo no momento que começou a nevar lá fora, uma enfermeira ao entrar no grande salão onde estava o hospital, se deparou com Ney sentado na cama olhando pra todos os lados com cara de assustado. Imediatamente chamou seus colegas, Ney foi acalmado e novamente examinado, parecia bem, mas ao tentar caminhar perdeu o equilíbrio e quase caiu. Pelo jeito, ele teria que recomeçar a viver aos poucos e ter muita paciência na recuperação.

Milo não perdeu tempo e foi visitar o paciente naquele mesmo dia. Ney olhou para o príncipe e sorriu:

-É muito bom ver que é o senhor que está no comando do reino agora. É um alívio voltar e saber que aquele mago e seus seguidores estão bem longe daqui.

Milo sorriu e pediu para Ney contar tudo que tinha acontecido, neste momento dois policiais entraram para ouvir o depoimento só pra constatar que o irmão de Pete, que tinha sido expulso da ilha, falara toda a verdade sem esquecer nenhum detalhe. O dia terminou com Ney velando a irmã e a sobrinha, ainda desacordadas, enquanto lançava olhares raivosos para Pete na outra cama, seu desafeto declarado.

Naquela noite, ainda no palácio, Milo tentou entrar em contato com a mãe, mas quem apareceu no espelho foi Mara. Ela estava mais gordinha, a barriga da gravidez já bem saliente. 

- Como vai, Milo? Há quanto tempo! Por que quer ver a nossa mãe? Ela não quer lhe ver. - Ela deu um sorriso cínico - E eu também não! - Mara quase fechou a comunicação do espelho, mas aparentemente lembrou de algo... - Thales está por aí?

Milo devolveu o sorriso cínico para irmã e resolveu entrar na brincadeira infantil dela: 

- Não! Ele não quer lhe ver! - E, por sua vez, fechou a comunicação do espelho, pensando: - Isso só piora... perdi parte da família mas ganhei outra!

Constatações P-203

Uma fandan e uma pequena fada.

Naquele momento foi a vez dos médicos e todo o corpo de saúde de Esmirna entrarem em ação. Os quatro fandans desacordados que retornaram a vida depois de tanto tempo, foram levados ao grande salão da casa onde já estava preparado um pequeno hospital pra recebê-los. Sem demora eles foram avaliados e o tratamento de recuperação iniciado; pareciam magros e pálidos mas os médicos asseguraram a Milo que eles se recuperariam.

Athina fechou o portal definitivamente e se assegurou que ninguém mais entraria ali colocando uma magia poderosa e secreta na abertura da porta. Antes disso ela fez um varredura no local para verificar se ainda havia algo ou alguém ali dentro, mas nada encontrando, selou o portal e deu um suspiro de alívio, tudo tinha dado certo!

- Parabéns pelo belo trabalho! - disse Milo a ela.

- Aprendi muito quando estava me preparando para isso...para ser páreo para mago Ron, precisava aprender magias que chamamos de antídotos mágicos...e assim reverter mágias maléficas com eficiência.

A noite na casinha da floresta o assunto ainda não poderia ser outro, Bah, Milo, Fah e Syl conversaram até o sono chegar. Já no quarto Milo disse para Bah:

- Acho que não podemos morar na casa da montanha, nem que seja por uns dias na semana. Os antigos donos voltaram.

- Sim, concordo com você. Mas será que eles vão querer morar na casa de novo? Eles passaram por maus momentos ali...

- Não sei você, mas quero muito conversar com eles, espero que acordem rápido.

No dia seguinte, os pequenos alunos de Bah estavam todos alvoroçados, mas ficaram em silêncio quando Bita perguntou:

- Eu tenho medo de me tornar uma fandan má, prima! Eu achava que nós éramos todos bons. É verdade que isso depende de quanto herdamos dos humanos?

Bah engoliu em seco, era verdade. Não era preconceito com os humanos, mas já se tinha observado que se um fandan tinha herdado mais genética humana que genética das fadas, ele tinha uma grande chance de ser um mau fandan.

A família finalmente saiu do portal P-202

Todos respiraram aliviados quando ficou claro que a marionete da escuridão tinha encontrado seu fim. Athina e suas pupilas atacaram imediatamente as proteções mágicas do tesouro e dos livros, não foi fácil, algumas pupilas caíram no chão e precisaram da ajuda de Athina para se recuperarem, mas no fim da manhã, o tesouro e os livros estavam espalhados no chão do quarto. Imediatamente, Milo, dois membros do conselho e alguns policiais checaram as pedras, enquanto os livros de magia maléfica eram arrumados num enorme baú de madeira para serem queimados.

- Estão faltando várias pedras. - disse Milo.

- A sua mãe levou para enriquecer o tesouro da Cidade Murada. - disse Bah.

- É melhor esquecer Senhor príncipe, acho que nunca mais veremos as pedras faltantes. - Disse um dos membros do conselho.

Após o almoço e um ligeiro descanso, Athina voltou ao trabalho. A expectativa era enorme porque agora os antigos moradores daquela casa voltariam a vida. Bah viu a irmã de Pete encolhida no canto da parede com os olhos arregalados e foi até ela:

- Por que está com medo?

- Não sei o que pensar...como será que eles vão voltar? Todo esse tempo que passou...

- Eles vão precisar de cuidados, mas vão se recuperar, tenha fé! Seu irmão vai precisar de você.

Bah não pôde deixar de pensar que Pat também estava precisando de cuidados. Voltou para seu lugar pois Athina se postou novamente em frente ao portal para sua ultima missão. Ela entrou no portal com as duas pupilas mais fortes e quase desapareceu lá dentro, embora não houvesse mais a escuridão que antes reinara ali, só era possível ver na luz difusa três silhuetas, a do centro se movimentava mais, as outras duas faziam movimentos de proteção em torno da figura central. Após um movimento circular de Athina, que era a silhueta central, quatro outras silhuetas apareceram, elas não estavam em pé, estavam deitadas no chão desacordadas. Um momento depois todas as silhuetas estavam agora no meio quarto. Lá estavam no chão Ney, Nay, Pete e a pequena Cachinhos Dourados.

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