segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Athina ajuda Margot P-237

Milo achava que o médico de Esmirna estava totalmente certo: Margot tinha sido atingida por alta magia. O problema era que ninguém ali seria capaz de trazê-la de volta a consciência, pois apenas os magos eram capazes de alta magia.

-Você vai concordar comigo agora, Melina? - Dario se virou para a  rainha com as mãos na cintura. - Foi o Mago Ron! Eles devem ter se desentendido naquele fim de mundo!

Melina olhou para Dario de maneira estranha enquanto falava:

- Eu cheguei a pensar que tinha sido você...

- O que? Por que eu faria isso? Eu nunca iria no mundo dos humanos!

- Por várias razões, mas principalmente porque você e ela se odeiam agora...

Milo achou melhor sair da sala, foi para o corredor e dali pra o jardim onde encontrou Thales sentado em um banco olhando para o nada:

- O que você acha disso?

Thales saiu de seu devaneio e se ajeitou no banco:

- Acho que você deve chamar Athina para resolver isso.

- É, eu sei. Ela não vai gostar mas terá que vir, assim saberemos quem atacou Margot.

Milo levou dois dias para convencer Athina a ajudar Margot, quando finalmente voltaram a Cidade Murada as coisas tinham piorado: Margot tinha tomado um aspecto doentio, a pele tinha um tom acinzentado e Melina estava horrorizada. 

- Pelos deuses, por que demoraram tanto?

Milo levantou a mão, o gesto era claro: pode parar, nada de reclamações! Athina começou a se preparar com ajuda de uma de suas pupilas que também viera de Esmirna. Após alguns minutos ela começou a magia junto a cama de Margot, no quarto estavam apenas Melina, Dario e Milo postados em lugares onde não atrapalhariam o andamento do processo, Thales não tinha vindo desta vez. Athina fez uma sequência de gestos e palavras que não surtiram efeito, após tentar de novo e falhar, ela passou a outra sequência diferente que logo começou a fazer efeito, Margot se mexia bastante, no final ela finalmente despertou abrindo os olhos...

sábado, 18 de outubro de 2025

A volta de Margot P-236


Naquela manhã na Cidade Murada, quase todos os habitantes estavam na praia ou em cima dos muros da cidade para ver um barco chegando. O barco em questão trazia Margot de volta a sua origem, Dario e Melina estavam nele também, tinham ido pegar Margot no limite do mundo humano com o mundo dos fandans. O barco chega ao porto e uma espécie de maca foi trazida para levar Margot desacordada até sua casa. Um cortejo acompanhou os homens neste trajeto enquanto um murmúrio coletivo preenchia o ar, os comentários eram os mais diversos, vinham principalmente de mulheres que tapavam a boca com as mãos fofocando umas com as outras.

A antiga casa que Margot ocupara anteriormente tinha sido limpa e arrumada. A cama tinha lençóis novos e o quarto cheirava a rosas. Margot foi colocada na cama enquanto o médico da cidade esperava para examiná-la. Melina observava a irmã enquanto pensava: 

" Ela recebeu tantas chances na vida e desperdiçou todas." 

O médico disse após a consulta que era médico de humanos, não de fandans, o que poderia fazer já tinha feito:

- Ela estava desidratada e agora está no soro, vai receber nutrientes também, a pele está bem seca e queimada, vou deixar um produto específico para isso. Não encontrei nada que justifique ela está desacordada, está respirando relativamente bem...

Depois que o médico se foi, Melina se mostrou preocupada:

- Nós perdemos nosso médico, Dario! 

- Mago Ron? Você confiaria nele de novo? Por falar nisso... eu achava que ele tinha ido atrás de Margot quando fugiu daqui...onde será que ele está agora? - Os olhos dele se estreitaram - Será que ele tem alguma coisa a ver com isso?

- Não é hora de pensar nisso! Precisamos acudir Margot!

Foi assim que Milo e Thales voltaram a Cidade Murada trazendo com eles o médico de Esmirna. Thales olhou a mãe bem de perto, a expressão de seu rosto era inescrutável e nada foi dito. Milo observava aquilo e achava que compreendia o primo, Thales tinha desenvolvido uma espécie de indiferença em relação a mãe, a mesma indiferença que ela tinha por ele. Uma frase de Bah lhe veio a lembrança:

" O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença."

Já o médico foi taxativo:

- A senhora foi atingida por alguma espécie de alta magia, por isso está inconsciente.

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